19 de fevereiro de 2008

Faraônico

Profeta de mim mesmo, trilhei meu caminho
Tracei meu destino, confuso, alheio, feliz.
Como todo aquariano -insano- confessei que fiz!
E fiz bem feito tudo, como faço, disfarço, minto -sou assim...

Eu que amo a vida como Isis a Osíris,
Entrego-me embrulhado a amizade -sou covarde, apelo!- sem pudor.
Sou veloz, disparo. E me finjo complicado, complexo, selvagem.
Rasgo o embrulho com selvageria -Seria? Quem sabe?..- confesso: Amor!

Decifra-me e te devoro mesmo assim, sou chato, sem recatos -humano
Brindas e te embriago sem perdão, no chão, te amo: "pecado" -insano
Perdoa, mas cumpro a penitência, sou sádico, simples, sou dado -estável
Contemple meu retrato, sou deus -vivo - para os meus-, sou tudo para os tantos...

Dono de todos os encantos, eu saio, me distraio e volto nos trocados
Um paradoxo inenarrável, incompreensível -para alguns-, eu sinto, eu vou... Eu faço!
Eu sou a corda, o laço, o laçado e o laçador, enfim... Completo no auge da mocidade.
Perdôo os julgados, esqueço os pecados e me atiro aos braços da -tão sonhada- felicidade.

Eu gasto em marços nos laços da paixão
Eu sei que vi, menti, neguei, implorei... Perdão!

(Max da Fonseca)

Um comentário:

Thiers Rimbaud disse...

O poeta se auto comenta qdo se diz profeta.
Assume: escolho.
Confessa ser uma imensidão agreste, covarde, complexa e selvagem (coisas por ele desvalorizadas), por concluir que ama a vida.
Sou veloz no disparo( como se dissesse – tome cuidado!( Max, tomarei)
Por outro lado diz –> sou amor ( Max, tenho mais medo ainda, quem ama n sabe o que faz).
Cara vc não se finge, vc é....Somos!
O poeta conclui seu retrato; pincela-se humano e por vz desumano.
Paradoxo inenarrável, o poeta é humano e por isso mesmo é essa multidão que transita ruas em pecados por vz não se perdoando, ele gostaria de ser perfeito...não é! Poeta, vc é o retrato da imperfeição. Quem sabe se vc não vestisse tanto ouro( veja bem o título do poema), estaria mais perto deste Eu frágil submergir?


A Xícara está de pé!