Foto: Pensar na vida, por Joao Gonçalves.
Aos sábados, eu janto com meus irmãos.
À mesa, todas as nossas verdades.
Aos sábados, eu janto com meus irmãos.
À mesa, todas as nossas verdades.
As esposas conversam no sofá.
A televisão fala algum outro idioma.
As crianças brincam com o cachorro,
que prefere correr pro quarto.
Embarco em alguma história de poder.
Ao passo que me distraio.
O carro aguarda sob a chuva.
As poças acumulam-se na calçada.
O vento grita alto na janela,
que é fechada por meu pai incomodado.
Eu apenas observo. Pouco falo.
Mas até provo a sobremesa.
O retrato evidencia-se na estante.
Algum dos netos pergunta sobre a avó.
E o silêncio de todo o mundo
se pronunciana boca do patriarca.
Um felino desavisado aponta no jardim.
E o cão escarrera a questão das crianças.
O gato se salva, mas meu pai,
de janela fechada,
escuta este vento de saudade
que soprou em nossa casa.
(Max da Fonseca)
3 comentários:
Adorei!
Abraço.
Adorei seus versos meu filho, como sempre Lindos!
Continue assim.
Um beijo no seu coração
Trocaria algumas palavras, mas curti muito o todo.
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