23 de fevereiro de 2008

Artista


Eu sou um brilho vulgar num céu qualquer,
Não sou aquarelado, nem mesmo pintado
Sou borrado, um rabisco ordinário,
Numa tela famosa de um famoso pintor

Sou uma paisagem na madrugada
Um noturno vadio, uma escultura não apreciada.
Eu sou arte e da arte me faço,
Não tenho sucesso, sou inverso, sou fracasso.

Eu sou um poeta que não verseja -marejado-
Um mudo a recitar seus versos -sujos-
Um santo não canonizado -puro-
Uma puta virginal - crença-

Eu sou a benção e a maldição,
Dito contrário, maltrato, maldito. Dito vão...

(Max da Fonseca)

Um comentário:

Thiers Rimbaud disse...

Qrido rabisco ordinário, começo a entender suas sujestões...
Não sou Rimbaud nem vc Velaine, somos o escarro que deita a passarela do samba em pleno céu de estrelas, sob o perfume exalado das coxas da mulata.


A Xícara está de pé!