19 de fevereiro de 2008

Messiânico



Caí, assim, sozinho, desolado e torto
Sem rumo, enfim, abandonado -coitado-, insosso

Eu sou uma face batida em um rosto mudo,
Que apesar de tudo, não muda, até gosta

Sou uma andorinha perdida no inverno,
No frio -da rua-, sem rumo, na bosta!

Eu sou aquele cordeiro caído, vencido, cansado e morto
Que ainda resiste na esperança, vã, cristã, no filho do outro

Andarilho parado, rastejo sem forças pro fim
No asco do cuspo -do vinho- jantei, brindei em cetim

Eu sou a puta da esquina -em penitência- dando a face para o soco,
Que ainda espera -coitada- o salvador, caído, vencido, cansado e morto.

(Max da Fonseca)


3 comentários:

R.Guimaraens disse...

vc é o cara, man!!!
boas-vindas ao mundo dos blogueiros!!!
nem preciso falar como, mesmo no anonimato para o resto do mundo, já me considero um de seus inúmeros fãs...
Um forte abraço e ansioso para ver postados aki seus ótimos poemas e poesias.

Té mais, irmão!!!

Thiers Rimbaud disse...

well messiânico, poucas palavras, intenso sentido.
Retribuindo sua visita comento: Sou mais famigerado pra cuspir.
Gostei muito, muito deste trecho:
"..Andarilho parado, rastejo sem forças pro fim
No asco do cuspo -do vinho- jantei, brindei em cetim

Eu sou a puta da esquina -em penitência- dando a face para o soco,.."
Forte, maldito e asqueroso.
escorre na veia, derrama no cérebro.

Thiers Rimbaud disse...

esqueci de dizer. O link do título é um utube.


A Xícara está de pé!