6 de julho de 2008

PERFUME



A um sorriso.

“...era um sorriso e o era dos pés a cabeça.”
(Armando Cosani)

Todos os desejos do mundo são meus.
Sou eu-hedonismo em satisfação profunda.
Meu coração, minerador de sentimento puro,
Anda a perder-se em sorrisos alheios.

Estava em uma fortaleza, talvez senzala.
Eu sou mesmo escravo e senhor de mim.
Foi assim, entre palácio e ruína, que a vi.
Pensei: visão; loucura; miragem...

-De certo não podia ser.

Talvez (quem sabe?) fora o jazz ou blues
Que embalou os sentimentos tortos.
Mas na cadência dessas notas turvas
Me embalei em suas curvas... Perdi-me.

Nada foi dito, nem feito, naquela noite fria.
Desejei em demasia um só gole, um toque.
E na loucura dessas vontades súbitas
O seu sorrir me fez feliz.

-A distância desses corpos incomodou.

(Max da Fonseca - 06/06/08 - 12:00)

2 comentários:

Anônimo disse...

desejar em demasia e sofrer em demasia

Iaiá Pereira disse...

Felizardo são os apaixonados destemidos!
E o sofrimento é uma das possíveis consequências...vale a pena correr o risco!


A Xícara está de pé!