Bip
A princípio só uma imensa escuridãoNão há sombras - ausência de luzO pensamento vagueia em corpos nusNunca houve amor - apenas tesãoUm sexo banal por meio às floresVelhas a colher violetas em contemplação'Tic tac' no relógio, é Morfeu em penetraçãoUm pintor pintando arte em todas as coresPintura borrada - é o amorDe repente chove e é desertoCamelos a passear, neva -invernoUm súbito frenesi do atorFecham-se as cortinas vermelhasOs olhos para não ver apertam-seE ao abrir cumprimentam-sezarolhos, sangram as certezasTiros ao alvo e pessoas correndoAbrem as cortinas novamenteUm corpo agachado doenteSou eu, já não sou mais- venenoUm estalo e a calmaria se findaComendo um doce a menina me acenaCumprimento-a em mensura pequenaQue delícia de menina lindaOutro estalo e feliz aniversárioRasgo os embrulhos dos presentesO que mais me agrada é de um demente-colega de quarto- Um relicárioUma penetra adentra minha festaVem maltrapilha de mãos vaziasChega com filho, mãe, tio e tiasApresenta-se com um sorriso na testaQuestiono sua presença desvirtuadaEla pega uma bebida -champagne na taçaBebe a bebida e come a taça na raçaNão a digo mais nada - não há palavraO chão se abre e sinto-me caindoFalta apoio por sob meus pésEscuridão maldita a arrancar-me os viésUm 'bip' desperta o corpo dormindo.(Max da Fonseca - 24/08/08 - após um sonho estranho)
2 comentários:
Não, é imperdoável que não se comente o Bip...
Um Bip e desperto do olhar maroto da menina.
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" Pintura borrada - é o amor
De repente chove e é deserto
Camelos a passear, neva -inverno
Um súbito frenesi do ator "
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És um ator de palavras enlameadas, de turmalinas lavadas, de desertos plantados. Dessa neve que acorda o poeta pra nova jornada.
Eu sou aquilo que melhor me cabe, saudoso irmão.
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