14 de agosto de 2008

MAQUINÁRIO REVOLTOSO

Preciso de mais óleo.
O meu corpo de robô
já não me cabe,

A velha dor,
já tão doída,
hoje é calejada

e pancada por pancada
me faz rir.
-às vezes choro.

Tentam me convencer
que sou uma ferramenta:
matéria-prima de um mundo decadente.

Não sou demente, por meu pai
e sua sábia educação.
Não me permito ser.

Eu observo,
Vejo tudo que planejam contra nós,
Desconfio de um complô.

E como todo mau robô,
(que sou)
Emperro na porta de entrada.

Faço greve,
ou qualquer gesto
que contamine consciência.

Incendeio a bandeira;
limpo a merda com dinheiro
e dou descarga nisso tudo.

Eu quero é ser feliz,
não consumidor.
Nego minha condição.

Nego todos os patrões;
nego todos os ladrões...
-só os loucos dizem sim!

(Max da Fonseca)

5 comentários:

O PoetaSafado disse...

Pós-moderno contemporâneo.
Nova geração.
Poesia de aço.
Voz do cangaço
E do proletario.
Vamos nós!

Fabrício de Queiroz disse...

... e os certos dizem não.

haja ousadia e tristeza.

Anônimo disse...

urbano e lindo.

julia disse...

adorei isso aqui

Bruna Rocha disse...

pois é.. pos moderno.. pra quem não gosta do modernismo.. e sabe, o pós modernismo não é um rompimento com o modernismo e sim uam intensificação, tanto que muitos estudiosos do assunto chamam sobremodernidade ao invés de pos-modernidade

"Tentam me convencer
que sou uma ferramenta:
matéria-prima de um mundo decadente."

fantástico heim?


A Xícara está de pé!