Do sorriso fez-se tempestade.
Tempestuosamente despencou,
chuva forte, seca, destra;
navalhando a pele fraca,
molhando a cara suja.
Eu, um culto à perfeição,
cuja sorte do zodíaco
contemplou em tom homérico
fiz-me erro. Entre mangue,
sangue e conhaque, tombei.
Senti o gosto da lama,
o tato do chão.
Tilintou a taça azeda;
seus cacos me cortaram.
Marcado, eu gemo; um fraco!
Não há máscara, nem véu,
nem maquiagem ou forca
pra disfarçar minha vergonha.
O abismo me espreita;
Uma platéia me assiste.
Contido no inferno,
eu, arrependido e desolado,
sob lâmpadas e holofotes,
sapateio meu perdão,
no amor de trinta moedas.
(Max da Fonseca)
9 comentários:
Bem, numa palavra, ou melhor em duas palavras, que Lindo!
Beijinhos
Liliana
puta que pariu, heim?
Voltou com tudo.. como sempre, com versos fortes e marcantes.
Esse é o meu garoto!
Bjo, amigo!
Parece que algo foi tirado de mim, que estou caindo e começo a lembrar dos meu pecados... cinco semanas de espera que valeram a sensação da poesia.
Abraços,
Fabrício
Adorei seu Blog ! Parabéns !!
Sempre impressionante... gosto principalmente da sua visão de mundo. É realmente impossível de negar ou podar seu talento.
Já tinha esquecido como é bom isso aqui rpz!
Saudades de poder absorver as palavras,,,de viver cada frase como uma nova fase...Saudades:)
Beijinhos
Liliana
Caramba rapaz, você é bom. Bom? É pouco.
Queria um pouco dessa intimidade com as palavras. Meus parabéns!
Acho que a única coisa que falta na pessoa Max enquanto poeta, é escrever. No caso continuar escrevendo, juntar os versos e dividir com o mundo.
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